segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pedofilia: tem que ter um basta!

Central de Outdoor propõe tema polêmico para o prêmio promovido pela entidade em sua edição de 2009. A erotização de corpos infantis e o abuso sexual contra crianças e adolescentes é um dos mais famigerados problemas da sociedade contemporânea

Ilustração: Wolney Fernandes - Título: Sonhos


No Brasil, a violência/abuso sexual contra crianças e adolescentes só começa a ser incluída como preocupação efetiva na agenda da sociedade civil e como política pública, através da Constituição Federal Brasileira (1988) e do Estatuto da Criança e do adolescente – Lei 8069/90.

Goiás é o Estado responsável pelo maior número de casos de pedofilia virtual do País: 22%. O índice é fruto de um estudo da Polícia Federal feito entre os anos de 2000 e 2007, 101 inquéritos foram instaurados pela PF goiana. O anonimato e falta de legislação específica são apontados como principais motivadores deste tipo de crime. O estudo ainda aponta que denúncias são as principais armas no combate a este tipo de crime.

Nas suas origens, o termo pedofilia designava o amor de um adulto pelas crianças (do grego antigo paidophilos: pais = criança e phileo = amar). No entanto, a palavra tomou um outro sentido, sendo designada para caracterizar comportamentos inadequados socialmente. De acordo com o Catálogo Internacional de Doenças (CID), a pedofilia é considerada um transtorno de preferência sexual, classificada como parafilia (para = desvio; filia = aquilo para que a pessoa é atraída) e também como uma perversão sexual.

Para Jane Felipe¹, Coordenadora do Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, “as músicas, assim como outros artefatos culturais contemporâneos, em especial a cultura visual a que temos amplo acesso, apelam para uma convocação do exercício da sexualidade, de modo que, crianças e adolescentes são cada vez mais cedo interpeladas por tais discursos. Qual educação para a sexualidade estamos produzindo? O que estamos mesmo pretendendo? Quais são os limites (nossos, das crianças, do poder público, da mídia, da arte)? Ou será que em tempos de diversidade e de borramento de fronteiras não há mais sentido nos perguntamos sobre eles?”.


Desse modo, como forma de estimular e incentivar a criatividade de profissionais e estudantes na utilização do outdoor, o tema também propõe estabelecer uma reflexão no mercado publicitário sobre sua contribuição, positiva ou negativa, no que diz respeito a erotização de corpos infantis no universo social em que está inserida. Dando aos publicitários uma situação oportuna para exercitar os aspectos responsáveis da propaganda.

Poderão concorrer ao Grande Prêmio Central de Outdoor 2009 - Categoria Estudantil/Troféu Benedito Melito – os estudantes que criarem um outdoor com o tema “Pedofilia: tem que ter um basta”. É obrigatória a colocação do logotipo da Central de Outdoor no cartaz como assinatura da campanha. O logotipo está disponibilizado no site http://www.outdoor.org.br/

Cada estudante poderá inscrever uma única campanha composta de uma única peça observando o tema proposto, e obrigatoriamente deverá apresentar sua peça única exclusivamente no formato de 48cm x 16cm (layout para outdoor padrão de 9m x 3m) para efeito de exposição e julgamento. As campanhas apresentadas fora dessa especificação serão automaticamente desclassificadas.

As campanhas deverão ser inscritas na Central de Outdoor – Seção Goiás. A ficha de inscrição e o regulamento do Prêmio estão disponíveis no site http://www.outdoor.org.br/ . As inscrições e a entrega do respectivo material devem ser feitas até o dia 11 de setembro de 2009.
¹Jane Felipe – Coordenadora do GEERGE – Grupo de Estudos de Educação e Relações de Gênero – do PPGEDU/FACED/UFRGS. nana_felipe@yahoo.com.br

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