segunda-feira, 15 de novembro de 2010










Apresenta





ENTRADA FRANCA

Terça-Feira, 16 de novembro de 2010, às 20h
Centro Cultural Cara Vídeo, rua 83, n. 361, St. Sul, Goiânia


Nesta terça-feira, dia 16 de novembro de 2010, às 20h, o Cineclube Cascavel exibirá O Semeador de Livros, de Wagner Bezerra. Após a exibição, haverá debate com o diretor do filme.

Narrado em 1ª pessoa, o documentário mostra os caminhos percorridos pelo editor, que, ainda muito jovem, deixa a então pequena cidade de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, em direção ao sul maravilha, embalado pelo sonho de vencer na vida.

O documentário descreve o engajamento do Cortez em causas político-sociais, como a participação na famosa “Revolta dos Marinheiros” que levou a sua cassação e expulsão da Marinha do Brasil. A preocupação com os dilemas da sociedade brasileira que sempre fizeram parte da sua vida, como no episódio em que teve a livraria assaltada e ofereceu livros infantis ao chefe do grupo, proferindo a frase “leva isso pros seus filhos, que assim eles terão uma vida diferente da sua”, o que foi prontamente aceito pelo infeliz sujeito, que deixou o local com os braços cheios de livros.


O filme revela, ainda, as dificuldades típicas dos humildes migrantes que saem da região norte-nordeste, se instalam em São Paulo e batalham para conseguir o primeiro emprego, o que, no caso de Cortez, aconteceu em um estacionamento como lavador de carros e depois manobrista. Descortina também o modo generoso como a paulicéia abre os braços para seus filhos adotivos, mostrando as proezas do jovem livreiro nos anos 70, quando fazia de tudo para conseguir atender os pedidos de professores e estudantes interessados em adquirir livros censurados pelo regime militar.























PROGRAMAÇÃO

DIA 16/11 – O SEMEADOR DE LIVROS

Debate com o diretor Wagner Bezerra

Terça-Feira 20h

O Semeador de Livros
Wagner Bezerra, Doc., Brasil, 2009, 30 min.


Fonte: Cineclube Cascavel
http://cineclubecascavel.blogspot.com/

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Cinema Lumière lança Utopia e Barbárie





Local: Cinema Lumière Bougaiville
Data: 11 de novembro
Hora: 19h
Logo após a exibição haverá debate com o diretor do filme.
Entrada Franca

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Goiânia: mito ou modernidade? concorre no Festcine Goiânia 2010


06 de novembro de 2010
19h30
Municipal de Cultura Goiânia Ouro

Rua 3 nº 1016 Centro - Goiânia/Goiás


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cambury Mostra Curtas premia alunos no Cine Goiânia Ouro

Fiquei contente com o resultado do VI Cambury Mostra Curtas.
Dos 14 trabalhos selecionados, 8 eram de alunos meus e 6 foram orientados por mim.
Acho que o saldo foi muito positivo.

- Sonhos passageiros: Luis Fernando de Souza e Michelle Barzotto
- A feiticeira: Débora Gonçalves e Ana Paula Gonçalves
- Toddynho: Rodrigo Gomes
- Caos center: Iohannah Hardy e Leandro Vieira
- 1997: Rodrigo Gomes
- Desligue já!: André Felix
- Cidade minha cidade: Jenifer Pereira
- A gota: Jenifer Pereira

O 3º lugar foi arrematado por Jenifer, Kássio e Tuila, alunos da disciplina de Pós-produção, com o filme 'A gota'. Parabéns para vocês meninos. Conhecimento é construção, continuem edificando o de vocês.

Cine Lumière lança 'Reflexões de um liquidificador'


O Cinema Lumière realiza amanhã o lançamento do filme 'Reflexões de um liquidificador', além da exibição o evento também contará com a presença do diretor André Klotzel.


- Data: 28/10/2010
- Local: Lumiére Bougainville
- Hora: 20h
- Entrada franca - retirar cupom na bilheteria do Cinema

Alunos, fiquem atentos!
Será entregue certificado de participação a estudantes que comprovarem seu vínculo com Instituição Superior de ensino.




Um filosófico liquidificador nos conta de sua amizade com Elvira, uma dona de casa que passa por um momento agitado em sua vida. Seu marido, Onofre, desapareceu há alguns dias, e ela decide ir à policia dar queixa do sumiço. Em meio a reflexões sobre a vida e as diferenças entre os objetos e os seres humanos, o liquidificador nos conta como tudo começou.

 Algum tempo atrás, o casal tinha uma lanchonete, e a hélice do liquidificador quebrou. Onofre coloca então uma nova hélice, bem maior, e a partir daí o liquidificador ganhou vida e passou a observar o mundo. Mas a lanchonete teve que ser fechada, e o liquidificador logo foi para a casa do casal, fazendo sucos e vitaminas apenas para eles.

Quando a situação financeira aperta, Onofre vai trabalhar como vigia numa fábrica e Elvira fica em casa fazendo pequenos serviços, como empalhar animais - um ofício que havia aprendido com o pai. Um dia, Elvira ouve pela primeira vez uma estranha voz e mal pode acreditar: seu liquidificador está querendo falar com ela.

Quando Onofre desaparece, os vizinhos e amigos do casal, como a fogosa Milena, querem ajudar. Mas Elvira só confia no liquidificador. Ainda mais que a polícia começa a desconfiar de assassinato, e o investigador Fuinha se encarrega do caso, disposto a tudo para descobrir a verdade.


Diretor - André Klotzel
Saudado como uma das mais importantes revelaçoes do cinema brasileiro dos anos 80, André Klotzel soma em seu currículo as atividades de diretor, produtor, roteirista de longas, médias e curtas-metragens.
Durante o curso de cinema na Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA) dirigiu vários curtas em 16mm.
Em 1986 dirigiu seu primeiro longa. Reflexões de um Liquidificador é o quarto longa-metragem de sua carreira.


FILMOGRAFIA

Longas-metragens
- A Marvada Carne (1986)
- Capitalismo Selvagem (1994)
- Memórias Póstumas (2001)
- Reflexões de um Liquidificador (2010)


Curtas -metragens
- Eva (1974)
- Os Deuses da Era Moderna (1978)
- Gaviões (1982)
- No tempo da II Guerra (1991)
- Jaguadarte (1994)

Veja o trailer...


Elenco
Ana Lucia Torre - Elvira
Selton Mello - o Liquidificador
Germano Haiut - Onofre
Fabiula Nascimento - Milena
Aramis Trindade - Nascimento
Marcos Cesana - o carteiro
Eduardo Sofiati - Wellington
André Guerreiro Lopes - o investigador


Atores convidados
Gorete Milagres - Teresa
Zecarlos Machado - o delegado

“Reflexões de um Liquidificador”, André Klotzel, 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

VI Cambury Mostra Curtas


Alguns trabalhos selecionados são de alunos meus. Quem puder comparecer, vai ser bacana.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mercantilização da comunicação

Participei hoje de um evento que me chamou à reflexão.
Quando se está na academia e sua vida é dedicada ao ensino e a comunicação a intenção é sempre a de aliar a ciência, o pensamento e a cidadania.

Utopicamente tenho tentado aliar essas coisas e contribuir de alguma maneira para que pessoas bem formadas possam ser mais conscientes do seu papel, não só profissional, mas social, do ponto de vista que nossas ações comunicativas são como ondas que são disparadas e que em algum momento voltam, como um circuito vivo, trazendo consequências positivas ou negativas.

Hoje durante a aula inaugural dos cursos de comunicação social da PUC Goiás, o convidado abordou de forma muito veemente as fortes relações comerciais que envolvem a comunicação.
Por inúmeros momentos afirmou a importância na obtenção de resultados e a implantação de medidas que vislumbram o lucro.

Confesso que saí desse encontro um tanto decepcionado por perceber que vivemos um processo de plena mercantilização da comunicação que deveria se social, mas que é puramente capital. As palavras do gestor da Organização Jaime Câmara foram bem claras nesse sentido.

Sei que a necessidade de sobrevivência é uma questão muito clara no mercado, sobretudo por conta do modelo privado de comunicação adotado no Brasil, onde não há investimento público para a viabilização dos veículos.

Talvez tenha sido "inocência" de minha parte pensar diferente, em não considerar as colocações de Theodor Adorno sobre o processo de narcotização exercido pelos meio de comunicação de massa. Contudo ainda sou otimista, quanto uma comunicação comunitária, mais humana, que possa entreter, informar, prestar serviço e sobreviver mercadologicamente com dignidade, sem ferir as relações humanas em função do capital puramente.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Alma do Negócio

Em sua maioria amadores, figurantes e atores de comerciais Goianos contam como é sua rotina

Por Renato Queiroz - O Popular - Magazine - 01.08.2010

À primeira vista, o empresário Ildeumar Santos de Moraes, de 42 anos, é mais um rosto na multidão de anônimos. No entanto, os mais atentos sempre têm a impressão de conhecê-lo de algum lugar. Escutar que seu rosto é familiar virou uma constante na vida do empresário dono de uma pizzaria e de uma lotérica. Os mais atentos têm razão.

Há mais de 15 anos, Ildeumar é presença constante como figurante e ator nos comerciais de TV produzidos em Goiânia. Em seus poucos segundos de fama, já interpretou de tudo um pouco. Agora, com os cabelos já grisalhos, é muito convidado para viver o papel de pai de família (apesar de não ter filhos na vida real). Assim como a maioria dos profissionais que estão no mercado goiano, Ildeumar é amador e faz da participação dos comerciais um bico, quase um hobby. "Comecei a gravar para acompanhar minha mulher. Apesar de ser tímido, logo peguei o jeito da coisa."

A mulher do empresário é a ex-Miss Goiás Fabiana Nogueira, de 39 anos, que faz trabalhos publicitários desde a adolescência. Em suas primeiras propagandas, Ildeumar contracenava como par dela. Foi uma solução para não despertar ciúmes, explica Fabiana. O casal coleciona comerciais românticos de datas festivas como o Dia dos Namorados e o Natal. "Com o tempo, ele começou a fazer tanto sucesso que logo estava fazendo propagandas sozinho", conta, orgulhosa, Fabiana, que é designer de interiores.

Um dos trabalhos mais marcantes do empresário foi um comercial para a Exposição Agropecuária de Goiás. Vestido de caubói, ele convidava o público para prestigiar a tradicional exposição. "Na época, foi uma loucura. Em todo lugar que íamos alguém o reconhecia. A cada cinco minutos, uma pessoa o parava para falar do comercial", lembra Fabiana, que tem no currículo mais de 500 propagandas. Atualmente, ela está no ar na publicidade do Fujioka e do Feijão Barão.

Minutos de celebridade

A maioria dos atores dos comerciais locais participa das gravações em seus momentos de folga. Atravessar uma rua, torcer numa arquibancada lotada, dirigir um carro ou fingir que está conversando são as atribuições comuns dos figurantes de comerciais. Mas engana-se quem acha ser fácil entrar e sair de cena sem ser notado. Ganhar pouco - às vezes, o cachê não passa de R$ 30 e um lanche - e esperar por horas também são rotinas da profissão. A maioria dos trabalhadores grava os filmes em seus momentos de folga.

"Quando era estudante, gravava mais. Agora, a prioridade é o consultório", explica o cirurgião-dentista Rogério Penna, de 26 anos. Há sete anos, indicado por um amigo que é modelo, Rogério começou a fazer trabalhos publicitários. No início fez figuração sem fala, mas logo chegou à condição de protagonista. Rogério frequentou cursos de teatro e chegou a tirar o registro como ator profissional na Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

Mas a odontologia continua sendo sua atividade principal. "Compensa apenas quando a gravação é bem rápida. Em alguns casos, dá para ganhar R$ 100 em menos de duas horas", explica o dentista, que participou do último comercial da Flávio’s ao lado do apresentador Rodrigo Faro. De vez em quando, um ou outro paciente o reconhece das propagandas na TV.

Aparecer na TV ou ser famoso nunca esteve nos planos do engenheiro civil e empresário Daniel Mathias Caixeta, 25 anos. O convite inusitado para participar de um comercial de TV veio, há três anos, de uma produtora enquanto ele tomava um açaí numa lanchonete. "Fiquei com o pé atrás, mas topei". Ele conta que a sensação de se ver pela primeira vez na TV foi, no mínimo, estranha.

"Fiquei apreensivo, mas depois fui me familiarizando." Claro que os amigos da faculdade não deixaram passar em branco a estreia do moço na TV. Um dia, Daniel chegou na sala e tinha uma foto dele imensa pregada no quadro. Virou a celebridade da turma.

O mercado de figuração e de atores para comerciais em Goiânia é democrático: tem vaga para criança, idoso, adulto, negro, branco, ruivo, bonito e para o feio também. Para quem quer começar na figuração, o primeiro passo é se cadastrar numa das produtoras da cidade. De uns anos para cá, por causa da demanda e da facilidade do vídeo digital, o mercado teve um boom.

"Como Goiânia não tem agência de casting, quando precisamos de tipos específicos para comerciais procuramos em agência de modelos, em nosso banco de dados e por indicação de conhecidos", explica Nelci Batista, 41 anos, coordenadora de produção da Makro Vídeo. Sites de relacionamento com o Orkut e o Facebook também ajudam na hora de descobrir talentos.

Nelci conta que não devem passar de 30 os atores profissionais em Goiânia que trabalham na área. "Ainda tem o agravante de que, quando um desses atores faz um comercial de um produto ou de um loja, ele não pode fazer o de outro cliente do mesmo ramo", explica.

Foram os cabelos brancos e o jeito de vovó bondosa que fez da culinarista Zilda Silveira de Oliveira, de 62 anos, presença constante na telinha. A carreira começou por acaso quando acompanhava sua filha para participar de um comercial há alguns anos. "Me pegaram no laço para fazer uma vovó e desde então não parei", conta. Entre seus vizinhos no Centro, Zilda é conhecida como a "senhora que faz comerciais".

Ela minimiza. "Nem foram tantos assim, mas alguns marcaram porque foram exibidos durante muito tempo." Caso da campanha do lançamento da carteirinha do idoso e do incentivo para os carros pararem na faixa de pedestre que foi exibido por quase 12 meses. "Até hoje me reconhecem na rua por causa desse comercial. Um dia estava atravessando na rua fora da faixa e uma pessoa me repreendeu lembrando que tinha a obrigação de dar o exemplo." Porque a realidade e a ficção ainda se confundem. (Renato Queiroz)

Voz onipresente

Você a escuta no comercial de motel, na cancela do shopping agradecendo a sua visita e pedindo para inserir o tíquete e no atendimento automático das concessionárias de serviços públicos. A voz de Beth Regina, de 47 anos, está espalhada pelos quatro cantos da cidade. Locutora veterana da Executiva FM, Beth calcula já ter gravado mais de 22 mil inserções entre propagandas e Unidade de Resposta Audível (URA) - aquele sistema utilizado em atendimentos eletrônicos, para todo País.

"É engraçado porque as pessoa não têm ideia de como é meu rosto, mas basta escutarem minha voz para falar que me conhecem de algum lugar", conta. A remuneração não é lá essas coisas - um comercial de 15 segundos custa em média R$ 150 - mas é do volume de negócios que vem o lucro. Em seu estúdio em casa, Beth grava para todo o País.

Responsável pelo sucesso de diversos jingles de comerciais, o cantor Marcelo Barra explica que a receita é a simplicidade. "O jingle tem que cair no gosto popular. Procuro fazer uma melodia que não se identifique com nenhum ritmo para evitar a rejeição." Entre os jingles mais conhecidos de Marcelo, produzidos em parceria com seu irmão, Rinaldo Barra, estão o do BEG, que cantava com a cantora Maria Eugênia, e do Arroz Cristal, que recentemente ganhou versão tocada por uma orquestra regida pela atriz Regina Duarte.

Intimidade com a clientela

O Nunes e o Edson falam de si mesmo na terceira pessoa. O Edson é o Arantes do Nascimento, o Rei Pelé. O Nunes é o Nunes da Casa do Pica Pau. Exageros à parte, o gerente comercial Sebastião Nunes, de 48 anos, há seis no ar como garoto-propaganda da empresa onde trabalha há 25, confirma diariamente o prestígio que o comercial trouxe para si e para a empresa.

"Os clientes já chegam familiarizados. Essa é a parte boa do comercial. Ele cria uma intimidade com a clientela. A credibilidade do Nunes da TV é muito grande", explica o Nunes da vida real. Comunicativo e bom negociador, o funcionário caiu na graça dos patrões que apoiaram a sua ideia de virar garoto-propaganda da rede de lojas que vende máquinas e equipamentos. Ideia que teve como parceiro José Mário da Cunha, 55, diretor de criação da agência de publicidade OMB.

"O Nunes é dotado de um carisma e uma empatia fora do comum. O tipo físico ajudou muito. Ele não parece, mas lembra o baixinho da Kaiser (o ator José Valien Royo). Além disso tem muita facilidade de se comunicar", explica Zé Mário. O slogan "Fale com o Nunes" pegou. Em qualquer lugar que vá em Goiânia, o gerente é abordado pelas pessoas. "Até autógrafo já dei", conta.

Ele foi recebido como celebridade quando foi visitar os pais que moram numa fazenda na zona rural da cidade de Goiás. "Nunca imaginei que a repercussão de um comercial tão rápido fosse tão grande", explica Dercival José de Barros, de 55 anos, gerente de vendas da Irmão Soares e figurante de um dos comerciais da rede. Ao contrário do Nunes - que achou melhor não falar se recebia ou não cachê por seus comerciais - Dercival confirmou que sua participação foi voluntária.

Associar sua imagem a uma marca acaba gerando situações curiosas. Até gente mais próxima da cantora Leandra Leon, 35 anos, ainda pergunta se ela é dona ou filha do dono do Ponto da Moda. Há sete anos, a artista está no ar fazendo comerciais da loja de roupas. Grava, no mínimo, duas vezes por mês. "Não tenho relação de parentesco com os donos, mas é engraçado porque não tem um lugar que eu vá em Goiás que as pessoas não me perguntem isso", conta.

Leandra diz que acabou criando laços de amizade com os donos e funcionários. As filmagens ocorrem na própria loja. Quando a empresa faz algum comercial sem a presença da cantora, logo alguém liga para perguntar o que aconteceu. "Parece novela", compara. Há tempos, confessa Leandra, ela não recebe cachê em dinheiro. "Sou paga com mercadorias. Pego roupa de cama, enxoval, presente para amigos...".

Para o publicitário Marcelo Costa, professor do curso de Publicidade e Propaganda da PUC-GO, a escolha correta dos personagens que vão aparecer no filme publicitário é uma das ferramentas fundamentais para que a peça cause a identificação buscada. "A escolha de um bom casting é de fundamental importância para o sucesso da campanha, pois é ele que vai falar ao consumidor. Em muitos casos é a própria personificação dos atributos do produto."

Marcelo lembra que, apesar do cenário publicitário regional ser relativamente recente, a publicidade goiana já produziu personagens lendários como o Velho Joe do Café Cairo, interpretado por Hugo Brooks (década de 1980), Geraldinho Nogueira, garoto-propaganda da Caixego (década de 1980) e até as "bizarras propagandas da Star’s Chic interpretadas por seu próprio dono" (o empresário Robério Alves de Oliveira). Robério, aliás, continua em plena atividade. Seus vídeos caíram no YouTube e viraram cult. A dupla caipira Nilton Pinto e Tom Carvalho também domina o mercado publicitário desde a década de 1990.

Os profissionais

Gente disposta ter uns minutinhos de fama na TV é o que não falta. "Tem até quem pague para aparecer num comercial. Isso acaba atrapalhando os profissionais da área", reclama o ator profissional e artista plástico Sandro Tôrres, um dos rostos mais requisitados pelo mercado publicitário goiano. Ele começou a fazer comerciais há mais de 15 anos.

Na época, magérrimo e com o cabelo bem comprido, não se importava em fazer tipos bizarros. Hoje já não se presta a qualquer papel. "A gente precisa manter a dignidade da imagem." Sandro conta que um ator de comercial precisa ter boa vontade. "A coisa que mais acontece é esperar. É um exercício de paciência."

O ator João Bosco Amaral, da Cia Ops!..., acredita que o uso de amadores acaba prejudicando o valor dos cachês pagos. "Tem gente fazendo comercial que leva 12 horas para ser gravado por R$ 10. Isso é ruim para todo mundo", reclama. Uma das soluções encontradas pelos profissionais é fazer trabalhos para outras regiões do País.

O ator Ivan Lima já perdeu a conta de quantos comerciais já fez pelo País. Alguns dos comerciais estão disponíveis no YouTube. "Já fui maître, general, Einstein, avô, pai, marido... Acho a publicidade um exercício de atuação. Existem diretores maravilhosos pelo País", afirma o ator, que já contracenou em comerciais com nomes como Irene Ravache, Paulo Autran e Lucinha Lins.

sábado, 24 de julho de 2010

Diário Portenho - 23 de julho

Buenos dias!

Dia muito emocionante, visitar o bairro da Recoleta em Buenos Aires foi muito bom.

A Basìlica de Nossa Senhora do Pilar é linda, com características barrocas da arquitetura espanhola. Nesta igreja existem os claustros onde os frades recoletos viviam.
Hoje os claustros sao atraçao turística, guardao exposiçoes de relíquias religiosas, dentre elas o solidéu do, Papa e hoje santo, Sao Pio X. Um lugar que guarda muitas histórias e segredos que só aquelas paredes conhecem. Um lugar que meu irmao Max gostaria muito de conhecer, me lembrei muito dele lá.



Ao lado da basílica está o fabuloso Cemitério da Recoleta, um verdadeiro museu ao ar livre, centenas de obras de arte adornam o lugar. Me lembrei muito da Professora Dr. Maria Elísia Borges, minha professora no mestrado da FAV/UFG, ela é grande estudiosa das obras de arte cemiteriais.

Dentre os túmulos mais visitados está o de Evita Pèron, modesto, situado em uma rua pacata do grandioso cemitério, contudo, cheio de manifestaçoes de carinho e afeto. Uma verdadeira heroína nacional.


Na Praça das Naçoes Unidas na movimentada Av. Del Libertador está localizada uma obra de arte contemporanea muito singular, a Florais Genéricas, de Eduardo Catalano.
A grande flor constituída por painéis metálicos captam a luz solar fazendo com que se movimente, de forma semelhante ao girassol, quando em dias de sol ela se abre e durante a noite se fecha. Uma obra muito inteligente e grandiosa.


O Museu de Arte Decorativa fica instalado em uma grandiosíssima mansao, que dá vontade de morar, reflete o suntuoso estilo de vida da oligarquia argentina. inúmeras obras estao expostas lá, dentre elas O Pensador de Rodin.

A noite foi coroada com um show de tango e um bom vinho. Algo impressionante.
Os passos, a sensualidade da dança, a dramacidade, tudo me chamou muito a atençao. Tenho que entrar em um curso de dança de salao rápido.

Houve também apresentaçoes de danças folclóricas, muito parecidas com as do Rio Grande do Sul, tanto em vestimentas quanto em movimentaçao no palco.

O show foi finalizado com uma apresentaçao emocionante da música No llores por mi Argentina com cover e homenagem a Evita Pèron.

Buenos Aires tem se mostrado um lugar muito aprasível, contudo, é necessário prestar muita atençao quanto aos pagamentos e aquilo que se contrata, fomos cobrados duplamente pelo show de tango, algo de muita má fé, mas, vale a pena estar aqui.

Me desculpem pela falta de acentuaçao, o teclado em espanhol é um pouco confuso, as fotos serao postadas posteriormente, aqui as tomadas sao diferentes e nao é possível ligar meu equipamento.

Hasta la vista.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Diário Portenho - 22 de julho

Buenas Noches!

O dia em Buenos Aires foi cheio.
Brasília continua sendo mais altiva como cidade e mais impressionante.
A capital da Argentina é bela por possuir edificações centenárias, outras em art noveau e algumas ainda com arquitetura colonial.

Hoje andei em um metrô inaugurado em 1913, os vagões, de madeira, ainda são os mesmos daquela época. Me senti em um cenário que parece não compor os nossos tempos.


O Cabildo construído no século XVIII era a sede administrativa da colônia espanhola e foi sede do primeiro governo argentino após a revolução de 1810, hoje é um museu que abriga um pouco da história da independência da Argentina. Como a arquitetura é colonial, em partes, se assemelha as edificações da cidade de Goiás, particularmente ao Museu das Bandeiras.

Em tordo à praça de Maio, encontram-se o Cabildo, a Casa Rosada e Catedral de Buenos Aires.
Presenciei a manifestação pacífica das Mães de Maio que se reúnem na praça a mais de três décadas para questionar o desaparecimento de seus filhos durante a ditadura que assolou a Argentina entre as décadas de 1970 e 1980.



A Catedral de Buenos Aires é muito singular, possui um forte vínculo entre a fé e o civismo. Em uma das capelas internas está o mausoléu do General José de San Martín, líder da independência deflagrada em maio de 1810. No mausoléu não existem imagens ou símbolos sacros, contudo guardas do exercíto argentino, similares aos dragões da independência no Brasil, fazem a guarda do mausoléu e um ritual militar diarimante às 15h. Todo o piso da catedral é feito em mosaicos, inspirados na revolução de maio. Na frente da catedral existe um lâmpada com fogo perpétuo em memória ao Gerenal San Martin, realmente é uma similaridade muito grande entre a luz perpétua do sacrário, símbolo do Cristo Vivo, e da vivacidade cívica argentina e, tudo isso, compartilhando o mesmo espaço templário.


A Casa Rosada, sede do poder executivo argentino estava enfeitada com estandartes do bicentenário da independência da Argentina.


A Rua Florida é um grande shopping a céu aberto, um lugar muito simpático, fechado para o tráfego de carros, cheio de lojas para todos os gostos e bolsos, com muitos ambulantes, sobretudo peruanos e chilenos, com charmosos quiosques de flores.

O almoço foi no Paseo de Las Luces, uma catástrofe, pedi um prato com nome diferente: Rinocitos a la provenzal com papas, o que nada mas era que um prato feito com rim bovino. O bom vinho argentino tentou salvar o almoço.



Já o jantar, la cena, como dizem por aqui foi na La Posada de 1820, a picanha de primeiríssima qualidade, acompanhada de um bom vinho tinto souvignon cabernet estava demasidamente "esquisito" delicioso. 

Por hoje foi isso.


Hasta la vista!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre o escritor português José Saramago, aos 87 anos

Prêmio Nobel de Literatura estava em casa, em Lanzarota, nas Ilhas Canárias. Há suspeitas de que Saramago sofria de problemas respiratórios.

O escritor português José Saramago morreu aos 87 anos em sua casa, em Lanzarota, nas Ilhas Canárias, nesta sexta-feira (18). Ele era um dos maiores nomes da literatura contemporânea e vencedor de um prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa.

O autor encontrava-se doente, de acordo com o editor dele, Zeferino Coelho. Há suspeitas de que Saramago sofria de problemas respiratórios.

Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora. Entre seus livros mais conhecidos estão "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A balsa de pedra" e "A viagem do elefante". "Ensaio sobre a cegueira" foi levado às telas em um produção hollywoodiana filmada pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles (de "Cidade de Deus") em 2008.

Veja, abaixo, uma lista de romances escritos por Saramago:


Terra do Pecado, 1947
Manual de Pintura e Caligrafia, 1977
Levantado do Chão, 1980
Memorial do Convento, 1982
O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984
A Jangada de Pedra, 1986
História do Cerco de Lisboa, 1989
O Evangelho Segundo Jesus Cristo, 1991
Ensaio Sobre a Cegueira, 1995
Todos os Nomes, 1997
A Caverna, 2000
O Homem Duplicado, 2002
Ensaio Sobre a Lucidez, 2004
As Intermitências da Morte, 2005
A Viagem do Elefante, 2008
Caim, 2009

Fonte: www.g1.com

Filme chinês leva 50 mil no XII FICA

(Hu Xiao de Jin Shu, China, 2009). Direção: Huaqing Jin. 50 min. Documentário.


Sinopse: Mais de vinte anos atrás, os resíduos eletrônicos do Japão, E.U.A., Austrália e outros países, foram transportados para uma pequena cidade chamada Fengjiang. Cerca de 50 mil trabalhadores migrantes das partes atingidas pela pobreza do centro-oeste da China formaram um exército de desmantelamento de resíduos eletrônicos. Eles decompoem e reciclam, com métodos primitivos, cerca de 2 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano. O filme conta a história de familias de trabalhadores, Zhang e Qiu-xia, para sobreviver, escutando seus gemidos e suspiros. Eles trabalham duro para realizar seus sonhos, e vivem acompanhadas da doença, até a morte.


Veja os demais filmes premiados:
1º Grande prêmio Cora Coralina para o maior destaque - R$ 50 mil
Heavy Metal (China)



2º Troféu Carmo Bernardes (melhor longa-metragem) - R$ 35 mil
Efeito Reciclagem (Brasil- SP)



3º Troféu Jesco Von Putkamer (média-metragem) - R$ 25 mil
Caçando Capivara (Brasil - MG)


4º Troféu Acari Passos (curta-metragem) - R$ 25 mil
Recife Frio (Brasil-PE)



5º Troféu José Petrillo (melhor produção goiana) - R$ 40 mil
Sonho de Humanidade



6º Troféu João Bênnio (melhor produção goiana) - R$ 40 mil
Vida Seca



7º Premio Bernardo Élis (série de TV) - R$ 25 mil
Trazendo Vida ao Espaço (Dinamarca)



8º Troféu Gonzaga Soares (Júri Popular) - sem prêmio em dinheiro
Bananas! (Suécia)


9º Troféu Imprensa
Um Negócio Florescente

Melodrama, teorias do cinema e a civilização das imagens

Por Lisandro Nogueira e Luis Araujo*

“A civilização das imagens: o que resta do cinema?”. Isso quer dizer que não temos mais o cinema do modo como ele foi formulado ao longo do século 20? Pode ser considerado um modelo estético ultrapassado? Mas como explicar a permanência do melodrama como um gênero forte no cinema?

Eu respondo a esta mesma pergunta em pleno festival de Cannes e, evidentemente, o cinema, como indústria, comércio e prática social, se mantém muito bem. Cada ano traz a sua cota de filmes, e há alguns que são mesmo muito interessantes. Na minha idade, pode-se começar a pensar que não há muitas propostas de filmes bastante originais — e que, entre todos os filmes exibidos em Cannes este ano, os mais surpreendentes sejam talvez o de Jean-Luc Godard, um octogenário, e o de Manoel de Oliveira, um homem centenário. Mas isso não impede que o cinema continue a sua trajetória, conforme as mesmas fórmulas do século 20 — tudo pelo simples fato de que essas fórmulas são muito antigas, bem anteriores ao cinema, que não inventou grandes coisas no plano narrativo (nem mesmo o flashback, que é de origem literária).

Quanto aos “modelos estéticos”, eu não tenho muito a dizer. Após um século de filmes, é claro que existem vários modelos; o cinema clássico não se equivale ao cinema moderno, há vários momentos bem-sucedidos da vanguarda (incluindo as realizações do Brasil), mas, globalmente, o cinema não conheceu uma revolução igual àquela que foi, na pintura, a invenção da abstração. Hoje, como há cem anos, contam-se histórias mais ou menos verossímeis, mais ou menos fantásticas — sempre com a intenção de seduzir o destinatário, o que significa também que se respeita mais ou menos as velhas receitas dramáticas do pai Aristóteles.

A bem dizer, o melodrama não me parece exatamente um gênero, mas um tipo de narrativa que é fundado em torno da peripécia e que pode ser encontrado de um jeito ou de outro em todos os gêneros. O melodrama sempre existiu, e o cinema que nós chamamos de “clássico” não é outra coisa — até mesmo nas obras dos grandes diretores — do que uma coleção de melodramas.

O que é novo hoje em dia é o sentimento de sua proliferação, mas isso diz respeito, a bem dizer, mais à televisão do que ao cinema. Eu me permitiria observar aqui que um país como o seu, onde a principal rede de televisão transmite quatro telenovelas por dia e onde essas difusões têm recordes de audiência, pode-se certamente ter o sentimento de que o melodrama é o modo dominante de narrativas cinematográficas. Isso talvez seja menos evidente em outros países, onde a relação cinema/televisão/fluxo de internet é distribuída de forma diferente (na Europa, a televisão perdeu muito de sua audiência e de sua influência, ela não é mais principal mídia — é a internet que ocupa esse lugar atualmente).

Além disso, apesar de todos os defeitos evidentes (seu otimismo arraigado, sua superficialidade e, sobretudo, o fato de que ele repousa sobre a identificação do espectador com modelos fabricados), o melodrama — especialmente o melodrama de massa — tem virtudes educativas e políticas: depois de dez ou de quinze anos, muitos problemas sociais (as pessoas com necessidades especiais, as sexualidades, a crise do casamento etc.) foram abordados bastante e com eficácia por esse viés. Diante disso, pode-se de fato reclamar do melodrama?

O seu livro A Imagem tornou-se um clássico entre professores e estudantes de cinema e audiovisual no Brasil. Quais os motivos para essa obra ser tão importante e rivalizar inclusive com as Letras?

Não cabe a mim dizer se esse livro é “importante”. Com efeito, sei que ele fez sucesso nos países onde foi traduzido, e por uma razão simples: trata-se de um panorama que dá acesso rapidamente a diversas questões diferentes e que procura não tirar partido muito claramente de uma aproximação teórica determinada.

Dito isso, é um livro muito envelhecido. Escrito há vinte anos, ele não dá conta das grandes novidades destes dois últimos decênios: os dados numéricos, a internet, o desenvolvimento das obras com imagens em movimento na arte contemporânea etc. Ao contrário, certas aproximações que o livro apresenta são hoje totalmente ultrapassadas e de interesse reduzido (penso particularmente em tudo que se origina da Semiologia de inspiração linguística, da Psicanálise, da crítica ideológica de teor marxista).

Por causa disso, preparei uma edição totalmente nova, que reequilibra as coisas e contempla, além das subversões sociológicas a respeito da imagem, as mudanças sofridas na paisagem teórica. É impossível hoje em dia ignorar, por exemplo, a Antropologia da Imagem de Hans Belting, os desenvolvimentos da filosofia do “figural”, de Gilles Deleuze a Georges Didi-Huberman, o problema do médium e aquele da matéria da imagem etc. Essa nova edição (que deverá ser lançada no final deste ano) deverá assim, expressamente, dar conta também da dimensão histórica, lamentavelmente ausente na primeira edição.

Quando se fala na preponderância da imagem nos dias atuais, sempre é citado o livro de Guy Debord sobre a “sociedade do espetáculo”: as imagens como um suporte desse espetáculo. O senhor concorda com as teses de Debord?

Eu não estou totalmente convencido de que a imagem ocupe um lugar preponderante, como você afirma. A verdade é que, jamais na história da humanidade, nunca tantas imagens tornaram-se facilmente tão acessíveis, e os seres humanos nunca viram, como agora, tantas imagens em sua vida. Isso, aliás, representa um duplo corte: a avalanche de imagens tem como consequência, provavelmente, a redução de parte de sua força (sensacional e ideal); porém, de outro lado, os “consumidores” de imagens nunca estiveram tão bem informados sobre o que é uma imagem e também tão conscientes de seus poderes e limites. Ainda, o uso atual das imagens não me parece mais enganador ou perigoso do que foi nos séculos 19 e 20.

No que se refere às teses de Guy Debord, parece-me que elas guardam um caráter profundamente histórico e datado. Certamente, pode-se ter a impressão de que a espetacularização é ainda amplificada por essa proliferação das imagens; no entanto, no que me concerne, sou mais sensível aos efeitos de conhecimento que os meios de difusão do saber baseados na imagem provocam, numa escala muito ampla e em todas as camadas da sociedade. Todas as pessoas hoje em dia conduzem uma parte da sua vida sob a forma de imagem (com o YouTube ou o Facebook), e elas têm clareza disso. O mundo político é apenas uma grande cena de teatro — e a maioria das pessoas tem consciência disso também (no fundo, é o triunfo de Debord, cujas teses tornaram-se quase evidentes...).

Glauber Rocha é um dos principais cineastas do Brasil. No seu livro sobre os cineastas teóricos, o senhor faz referência à sua obra. Qual a importância dele para a “teoria dos cineastas”?

É um pouco paradoxal apresentar Glauber Rocha como um teórico. Seu lugar na história do cinema deve-se evidentemente, antes de tudo, aos seus filmes, que são formidáveis. Glauber pertenceu a um movimento (o Cinema Novo) e a uma geração que tinha justamente vinte anos antes de 1968, e, tanto num caso como no outro, isso pode ser lido em sua obra. Entretanto, ele foi sobretudo um poeta — ou seja, uma personalidade inclassificável, que soube impor tanto as suas idiossincrasias quanto as suas invenções. Desse ponto de vista, ele é contemporâneo de Carmelo Bene (para quem ofereceu um pequeno papel em Claro), de Werner Schroeter e de Melvin van Peebles, de Sweet Sweetback. Ao mesmo tempo, não há filmes mais políticos do que os seus — até o último, A Idade da Terra, que deveria certamente ser projetado em todos os festivais de filmes ecológicos...

Se eu o coloquei entre os cineastas teóricos foi, paradoxalmente, porque ele teria recusado ser rotulado dessa maneira, eu creio. Sua reflexão ideológica e política sobre o cinema é que é interessante, sendo suficientemente cavada para atingir uma verdadeira força teórica. O que é apaixonante em sua obra — e que eu faço somente aflorar no meu livro — é a contradição motriz entre a recusa do estético pelo estético (aquilo que é denominado, de forma zombeteira, de eztetyk) e o desenvolvimento de um estilo extremamente pessoal e expressivo em seus filmes. Há ainda em sua obra a crença na possibilidade de exposição imediata de um fundamento político ( a “estética da fome”) pelo estilo — o que lhe permite aliás procurar modelos tanto em Eisenstein quanto em Rossellini, seu contrário — e isso, sem dúvida, continua sendo uma intuição muito provocante.

Para concluir, é ainda possível dizer alguma coisa relevante sobre um festival temático que coloca em evidência os problemas ambientais?

Sobre esse assunto, eu gostaria de responder depois, no fim do festival — quando teria aprendido como os cineastas, hoje, abordam um tema societário e histórico de grande envergadura. A questão é evidentemente sempre a mesma: a questão da ação possível de uma obra do espírito (um filme, por exemplo). No que me diz respeito, eu sou francamente otimista quanto a esse assunto e creio muito no efeito das obras — porém, muitas vezes, de maneira indireta e nem sempre de modo muito previsível... Além disso, minha velha educação “baziniana” leva-me sempre a acreditar que um filme age tanto pela sua forma quanto pelo seu discurso explícito: o “meio ambiente” parece-me um domínio idealmente acessível ao cinema, se este último não pretender substituir outros tipos de reflexões, mais abstratas. Eu espero, pois, desse festival algo que seja muito concreto.

* Lisandro Nogueira é prof. de cinema na UFG e Luis Araujo é escritor e prof. da UFG.Publicada em O Popular em 10 de junho de 2010.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Alunos da PUC Goiás são premiados no VII PUTZ em Curitiba

O curta metragem "Trash Killer" foi premiado como melhor filme na mostra Trash do VII PUTZ



O filme conta com a participação, dos meus ex-alunos, Raphael Gustavo da Silva (Roteiro e Direção), Paulo Régis Moreira Lopes (Produção) e Danilo Kamenach (Elenco), do curso de Publicidade e Propaganda, e Carolina Kellen de Oliveira (Produção) do curso de Biologia da PUC Goiás.


MOSTRA COMPETITIVA TRASH

1º lugar
Trash Killer, de Raphael Gustavo da Silva
Instituição: PUC/ GO

2º lugar
Você acredita em Curupira?, de Marcus Guio
Instituição: Anhembi Morumby/ SP

3º lugar
A cozinha de Gomorra, de Márcia Regina Galvan Campos
Instituição: FAP/ PR

Fórum discute rumos da produção para TV

Painel de abertura discutiu os prós e contras do investimento em produções locais


O debate entre a utilização de produções originais e a compra de programas e formatos internacionais foi o tema do painel de abertura do 11° Fórum Brasil de Mercado Internacional de Televisão, realizado na manhã desta quarta-feira 16. O evento acontece até a quinta-feira 17, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.


A exposição inicial teve a participação de Ricardo Scalamandré, da TV Globo, Marcel Vinay, da Comarex, Daniela Busoli, da Endemol, e Alejandra Escribano, da Televisión Nacional de Chile. Alejandra abriu o painel com a apresentação do case de renovação do horário nobre da programação da emissora chilena, que uniu a produção local à criação de roteiros e a utilização de formatos internacionais.

"A produção local sempre foi e sempre será a chave do sucesso de uma programação. O que está mudando isso? Os custos. Produzir está muito mais barato", analisou Scalamandré, que em 2009 viu as vendas das produções da Globo para o mercado internacional cair 3% em volume de horas. "A mescla de produções locais, co-produções e a compra de produtos é o futuro (para o negócio das emissoras)."

Daniela aproveitou o gancho para comparar as realidades de Brasil e Argentina no setor audiovisual. Para ela, os custos mais baratos para se produzir na Argentina é um dos principais entraves para o desenvolvimento de um pólo com distribuição internacional no Brasil. "Pensar em como tornar esses custos mais baratos é um dos grandes desafios (da indústria brasileira). Isso ajuda a fazer com que a produção brasileira seja mal explorada. Mas estamos começando um trabalho para mudar essa realidade", afirmou.

Para e executiva da Endemol, formatos de reality shows e game shows globais são os mais adequados a serem explorados comercialmente em diferentes regiões do mundo. "São mais fáceis de serem adaptados (às culturas locais) e custam menos", justificou. "Cultura e custos são barreiras enormes para as séries, por exemplo."

Já na opinião de Vinay, que trabalha com a representação e comercialização de formatos e programas, diz que conteúdos dramáticos têm uma aceitação maior no mercado internacional do que as comédias, que carecem de um maior contexto local. "Isso só não se aplica às crianças. No conteúdo infantil, as comédias são mais universais do que para os adultos", comparou.

Próximo do encerramento, Daniela enfatizou que a multiplicação das plataformas e a segmentação dos conteúdos têm colaborado para a escassez do que chamou de grandes hits audiovisuais globais.

"Big Brother foi um divisor de águas, sem dúvida. Mas há tempos não temos um múltiplo sucesso em diferentes países", disse. "Hoje não há um formato ou conteúdo que esteja, digamos, bombando. Está tudo mais voltado para nichos, mais pulverizado."


Mais informações: http://www.forumbrasiltv.com.br/
Fonte: http://www.mmonline.com.br

quarta-feira, 9 de junho de 2010

FICA abre suas portas para o mundo com muitas gafes

A abertura oficial da 12ª edição do FICA foi um vexame. Após um atraso de quase uma hora a solenidade foi iniciada por apresentadores que usavam um figurino ainda não identificado pela platéia que participou do evento. Uma mistura de moda anos 80, com estilo extraterrestre, regada a muito mau gosto.

Esta edição do FICA foi dedicada, muito merecidamente, ao artista plástico Antônio Poteiro, falecido ontem. O governador do Estado de Goiás, Alcides Rodrigues, brindou a platéia titulando Poteiro como arquiteto, para igualá-lo a um arquiteto de fato falecido aqui em Goiás recentemente. Como se Poteiro precisasse ser igualado a alguém, logo ele que é inigualável. Essa foi uma de muitas "pérolas" lançadas pelo governador ao público.

A presidente da AGEPEL, com uma emoção contida, fez um discurso de despedida e agradecimentos, já que sua gestão frente a agência de cultura está próxima ao fim com o término do mandato em dezembro desse ano.

Quando pensava no que escrever em meu blog e na falta absurda de assunto gerada pela abertura do festival, fui convidado para um receptivo nos jardins do Palácio Conde dos Arcos.
Assim que cheguei lá, respirei fundo e disse: O FICA começou agora!
Boa música, gente interessante, agora sim, falando e um cardápio fabuloso: deliciosa Chica Doida (um tipo de pamonha cozida), Risoto com ingredientes regionais (frango, pequi, linguiça e guariroba), Empadão Goiano, Bacalhoada e alguns outros quitutes. Realmente estava delicioso. Finalmente o governador acertou alguma coisa.

Em breves palavras, foi assim o ponta pé inicial do 12º FICA, e a noite se prolongou no tradicional Morro do Macaco Molhado.

sábado, 29 de maio de 2010

Teste cego da Delícia Supreme causa frisson entre o público feminino




A partir de um teste cego beija três galãs - Reynaldo Gianechini, Vladimir Brichta e Marcio Garcia. Ela, no entanto, prefere um quarto competidor, o homem pãozinho de Delícia Supreme. Talvez você não imagina a reação de mulheres comuns ao saber que participariam de um teste cego e teriam a possibilidade de beijar os atores. A Lew'Lara/TBWA gravou por meio de câmeras ocultas as mais variadas reações das pessoas. Inclusive dos namorados e maridos (confira abaixo). A ação complementa o filme, no ar na TV aberta e fechada desde o dia 10 de maio. A divulgação do vídeo de bastidores será através de redes sociais com estratégia criada pela ID\TBWA.

Veja os bastidores, muito divertido!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Brasília, flor do cerrado

Em seu Jubileu de Ouro, uma pequena homenagem à Capital do Brasil.



Flor do cerrado (1974)
Com: Gal Costa e Dominguinhos

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Globo tira comercial do ar para evitar entrevero político

Filme em homenagem de 45 anos da emissora foi acusado de fazer alusão à candidatura de José Serra. Hoje, menos de um dia depois de ter entrado no ar, o filme televisivo em homenagem aos 45 anos da TV Globo já deixou de ser veiculado. O motivo é a suposta alusão da mensagem da emissora com o slogan utilizado pela campanha política do candidato à presidência da Republica, José Serra, do PSDB.




Estrelado por diversos atores, atrizes e jornalistas da casa, o comercial fala dos feitos da Globo nas últimas quatro décadas e meia e usa as frases "Todos queremos mais. Educação, saúde e, claro, amor e paz. Brasil? Muito mais. É a sua escolha que nos satisfaz." Após assistir ao filme, alguns participantes da campanha da adversária de Serra - a candidata do PT, Dilma Roussef - alegaram que o comercial usava uma mensagem subliminar para promover o candidato do PSDB, cujo slogan para a corrida presidencial será "O Brasil pode mais".

No microblog Twitter, o estrategista Marcelo Branco, escolhido para coordenar a campanha eleitoral de Dilma na internet, reproduziu e concordou com comentários de leitores que diziam acreditar que o comercial era uma promoção subliminar a Serra. Alguns questionaram até o destaque para o número 45 no filme (que significa a idade da TV Globo, mas também, o número do partido PSDB). Algum tempo depois, o estrategista retornou ao Twiiter para esclarecer que a opinião postada ali tinha caráter pessoal e que ele não havia escrito aquilo em nome de Dilma e nem do PT.

O lado da Globo

Após o início da polêmica, a Central Globo de Comunicação informou à reportagem de M&M Online que a campanha veiculada havia sido preparada e produzida desde o ano passado, quando ainda não se sabia nada a respeito da candidatura à presidência e que, portanto, é impossível existir qualquer ligação entre a mensagem e o slogan de Serra.

Apesar disso, para não fornecer pretextos para ser acusada de tendenciosa ou partidária, a emissora optou, por conta própria, por tirar o comercial do ar. Já nesta segunda-feira, 19, o filme não será mais exibido nos intervalos da emissora.

A Central Globo de Comunicação também reforçou que o comercial de TV é uma das pontas de uma série de ações preparadas para os 45 anos da emissora. Na ocasião do evento de apresentação da programação de 2010, a diretoria da Globo lançou um DVD comemorativo para a data e um livro, que reúne a história dos principais programas e atrações da casa nos últimos anos.
 
Fonte: M&M online

Twittar ou não twittar?

O microblog Twitter tem arrastado milhões de adeptos. Fazem alguns dias que me arrisquei. Inegavelmente é um fenômeno de comunicação. Com seus estímulos viciantes, é quase irresistível não ficar ligado o dia todo nos posts.

Uma das peculiaridades do Twitter são os termos e expressões que aparecem todas os dias, elas são próprias da ferramenta, só quem convive algum tempo nela consegue entender. Abaixo algumas definições.

Divirtam-se!






Follow – termo em inglês que significa “seguir” alguém.
Follower – termo em ingles para “seguidor”, ou seja, todos os contatos que acompanham as atualizações de alguém.
Following - termo em inglês para “seguindo”, ou seja, todos os contatos que são acompanhados por alguém.
Twerd - um twitteiro nerd (por exemplo, alguém que contribui para um dicionário de termos do Twitter)
Twitiqueta - Twitter + Etiqueta: as regras relativamente não escritas de conduta no Twitter
Atwração - paixão (intelecual ou física) por um amigo twitteiro.
Egotwistico - tendência a falar excessivamente sobre si mesmo no Twitter
RT – retweet – twittar conteúdo postado por outros usuários. (Outras variações: ret., retwitt)
Twammer - Twitter + spammer (alguém que segue muitas pessoas e posta atualizacoes com links para sites de spam)
Twídia – mídia com presença no Twitter
Tweet ou twittada – nome dado a cada mensagem postada no Twitter
Twittar - verbo, ação ou efeito de postar alguma coisa no Twitter
Twitteiro - usuário do Twitter
Tweme - meme no Twitter
Twequilíbrio - quando o número de followers e following é praticamente o mesmo
Twerminologia - o estudo da terminologia do Twitter
Twestival - vide post
Twewbie - um novato no twitter (newbie)
Twittervista - entrevista feita através do twitter
Twirtar - a arte de flertar através do Twitter
Twitteratura - literatura no Twitter
Twistórico - o conjunto de atualizações de um determinado usuário
Twinfluenciador - um usuário do twitter que influencia outras pessoas
Twitterholic - viciado em Twitter
Twittersação - conversação realizada através do Twitter
Twitterverse, twittersphere ou twittosfera – o conjunto de todos os twitteiros, como na blogosfera
Twincidência - quando uma coincidência acontece no Twitter, como no caso de dois ou mais usuários postarem sobre a mesma coisa simultaneamente.

domingo, 11 de abril de 2010

Chico Xavier



Um dia desses vi no twitter um post que dizia: "O Brasil, na falta de heróis, vai tornando Chico Xavier um santo." É com essa provocação que gostaria de começar.
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A vida de Chico, assim como de outros tantos brasileiros, é exemplo de doação de desprendimento. Poderíamos lembrar de Madre Paulina, Padre Cícero, Betinho e tantos outros que souberam fazer de suas existências exemplos extremos de fraternidade. Desse modo, a história de Chico Xavier torna-se pitoresca já que aviva a chama da fé dos adeptos e simpatizantes do espiritismo e atiça a curiosidade daqueles que só o conhece das manchetes jornalísticas.
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Voltando ao filme, obviamente que nenhuma imagem é desprovida de sentido e, nenhum filme isento de alguma intenção, seja no intuito de negar, afirmar ou reafirmar algo. No trailler disponibilizado e comentado pelo Meio & Mensagem fica clara a intenção de apresentar o personagem título sem maiores reafirmações filosóficas, contudo não há como não fazê-lo.
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Todo filme com temática religiosa dificilmente fica fora das discussões, já que abordam um assunto muito envolvente e importante para o brasileiro, a fé. Esse bochicho na verdade é muito positivo já que gera discussão e muita mídia gratuita sobre o tema.
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Outro fator que deve ser observado no filme Chico Xavier é o envolvimento da Globo Filmes. O poder de fogo midiático exercido pelas emissoras do grupo de comunicação Globo faz com que a produção não seja mais uma, mas que no mínimo um percentual razoável da sociedade saiba minimamente que ele existe.  Sobretudo considerando toda a permeabilidade do Sistema Globo de Comunicação com inúmeros veículos espalhados nos mais diversos meios comunicacionais. Benesse que outros filmes nacionais não desfruta, infelizmente.
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Dentre em breve irei ao cinema ver Chico Xavier, daí poderemos conversar um pouco mais.
Aconselho que também vejam.