Painel de abertura discutiu os prós e contras do investimento em produções locais
O debate entre a utilização de produções originais e a compra de programas e formatos internacionais foi o tema do painel de abertura do 11° Fórum Brasil de Mercado Internacional de Televisão, realizado na manhã desta quarta-feira 16. O evento acontece até a quinta-feira 17, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo.
A exposição inicial teve a participação de Ricardo Scalamandré, da TV Globo, Marcel Vinay, da Comarex, Daniela Busoli, da Endemol, e Alejandra Escribano, da Televisión Nacional de Chile. Alejandra abriu o painel com a apresentação do case de renovação do horário nobre da programação da emissora chilena, que uniu a produção local à criação de roteiros e a utilização de formatos internacionais.
"A produção local sempre foi e sempre será a chave do sucesso de uma programação. O que está mudando isso? Os custos. Produzir está muito mais barato", analisou Scalamandré, que em 2009 viu as vendas das produções da Globo para o mercado internacional cair 3% em volume de horas. "A mescla de produções locais, co-produções e a compra de produtos é o futuro (para o negócio das emissoras)."
Daniela aproveitou o gancho para comparar as realidades de Brasil e Argentina no setor audiovisual. Para ela, os custos mais baratos para se produzir na Argentina é um dos principais entraves para o desenvolvimento de um pólo com distribuição internacional no Brasil. "Pensar em como tornar esses custos mais baratos é um dos grandes desafios (da indústria brasileira). Isso ajuda a fazer com que a produção brasileira seja mal explorada. Mas estamos começando um trabalho para mudar essa realidade", afirmou.
Para e executiva da Endemol, formatos de reality shows e game shows globais são os mais adequados a serem explorados comercialmente em diferentes regiões do mundo. "São mais fáceis de serem adaptados (às culturas locais) e custam menos", justificou. "Cultura e custos são barreiras enormes para as séries, por exemplo."
Já na opinião de Vinay, que trabalha com a representação e comercialização de formatos e programas, diz que conteúdos dramáticos têm uma aceitação maior no mercado internacional do que as comédias, que carecem de um maior contexto local. "Isso só não se aplica às crianças. No conteúdo infantil, as comédias são mais universais do que para os adultos", comparou.
Próximo do encerramento, Daniela enfatizou que a multiplicação das plataformas e a segmentação dos conteúdos têm colaborado para a escassez do que chamou de grandes hits audiovisuais globais.
"Big Brother foi um divisor de águas, sem dúvida. Mas há tempos não temos um múltiplo sucesso em diferentes países", disse. "Hoje não há um formato ou conteúdo que esteja, digamos, bombando. Está tudo mais voltado para nichos, mais pulverizado."
Mais informações: http://www.forumbrasiltv.com.br/
Fonte: http://www.mmonline.com.br
Há 8 anos
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