Participei hoje de um evento que me chamou à reflexão.
Quando se está na academia e sua vida é dedicada ao ensino e a comunicação a intenção é sempre a de aliar a ciência, o pensamento e a cidadania.
Utopicamente tenho tentado aliar essas coisas e contribuir de alguma maneira para que pessoas bem formadas possam ser mais conscientes do seu papel, não só profissional, mas social, do ponto de vista que nossas ações comunicativas são como ondas que são disparadas e que em algum momento voltam, como um circuito vivo, trazendo consequências positivas ou negativas.
Hoje durante a aula inaugural dos cursos de comunicação social da PUC Goiás, o convidado abordou de forma muito veemente as fortes relações comerciais que envolvem a comunicação.
Por inúmeros momentos afirmou a importância na obtenção de resultados e a implantação de medidas que vislumbram o lucro.
Confesso que saí desse encontro um tanto decepcionado por perceber que vivemos um processo de plena mercantilização da comunicação que deveria se social, mas que é puramente capital. As palavras do gestor da Organização Jaime Câmara foram bem claras nesse sentido.
Sei que a necessidade de sobrevivência é uma questão muito clara no mercado, sobretudo por conta do modelo privado de comunicação adotado no Brasil, onde não há investimento público para a viabilização dos veículos.
Talvez tenha sido "inocência" de minha parte pensar diferente, em não considerar as colocações de Theodor Adorno sobre o processo de narcotização exercido pelos meio de comunicação de massa. Contudo ainda sou otimista, quanto uma comunicação comunitária, mais humana, que possa entreter, informar, prestar serviço e sobreviver mercadologicamente com dignidade, sem ferir as relações humanas em função do capital puramente.
Há 8 anos
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